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sábado, 4 de dezembro de 2010

Brasil é 13º do mundo em publicações e já ultrapassou Suíça, Holanda e Israel

A revista norte-americana Science desta semana traz como matéria principal uma reportagem de seis páginas sobre a ciência brasileira. O texto destaca a atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Petrobras

Segundo a reportagem "Ciência brasileira: de vento em popa", "uma economia vigorosa e descobertas de petróleo estão impulsionando a pesquisa no Brasil a novas alturas". O texto assinala que, nos últimos oito anos, o Brasil "começou a viver uma grande expansão". "Sua economia está crescendo de maneira acelerada e ele se tornou um ator nos assuntos mundiais, festejando um surto sem precedente de autoconfiança".
Publicações brasileiras [ Science]



A revista avalia que "os bons tempos também estão beneficiando a ciência". "Entre 1997 e 2007, o número de papers brasileiros em publicações indexadas, avaliadas por pares mais que dobrou, para 19.000 por ano. O Brasil figura hoje em 13º em publicações, tendo ultrapassado Holanda, Israel e Suíça. Universidades brasileiras formaram duas vezes mais doutores este ano do que em 2001, e milhares de novos empregos acadêmicos foram abertos em 134 novos campi federais".

Para a Science, houve "uma inversão da sorte" em relação à década de 1990. "Naquela época, os pesquisadores mendigavam fundos; o Brasil chegou a ter sua bandeira retirada do logotipo da Estação Espacial Internacional depois de não conseguir financiamento para construir seis componentes".

Investimentos X % PIB [Science] 
A reportagem informa que o orçamento do Ministério de Ciência e Tecnologia saltou de US$ 600 milhões, há uma década, para US$ 4 bilhões. "O Brasil reiniciou seu programa de pesquisas nucleares em 2008, após 20 anos de calmaria. Com a economia brasileira crescendo a uma taxa de 7%, neste ano, o país pode se dar ao luxo de pagar US$ 14 milhões por ano para isso". De acordo com a revista, a expectativa dos cientistas é de que o orçamento continue crescendo sob o comando da presidente eleita Dilma Rousseff.

A revista ressalta que o Brasil "está claramente se destacando na América Latina". "O país responde hoje por mais de 60% de todos os gastos em pesquisa na América Latina, e os cientistas brasileiros escrevem metade dos papers. A burocracia científica do Brasil é influente, também, contando com um ministério próprio desde 1985. Esse é um passo que a Argentina só deu há três anos e que a vizinha Bolívia está discutindo atualmente".


A revista informa ainda que a pesquisa biológica é uma área de crescimento acelerado. "A Embrapa é considerada uma das unidades de pesquisa agrícola de primeira linha do mundo e seu orçamento de US$ 1 bilhão é hoje do mesmo porte do orçamento do Agricultural Research Service do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A Embrapa está finalizando a construção de um centro de agroenergia de quatro andares e custo de US$ 15 milhões que empregará 100 pesquisadores no campus de Brasília. Um objetivo é transformar os 22 milhões de hectares de soja do Brasil em produtos mais valiosos como o biodiesel".

De acordo com a reportagem, o governo brasileiro se empenha para "levar a ciência ao interior negligenciado". "O governo se embrenhou numa farra de construção de universidades e reservou 30% dos recursos de pesquisa para os estados pobres do norte e do centro-oeste. Por um programa de 2009, autoridades em Brasília disseram que dariam bolsas de estudo para todos os alunos de pós-graduação em regiões distantes, independentemente do mérito acadêmico. A ideia provém do Partido dos Trabalhadores, o partido governante no país, que fez da melhoria das condições nas áreas pobres uma prioridade. Um programa de bem-estar bastante expandido ajudou a tirar muitos milhões de brasileiros da pobreza. Isso também deu aos cientistas brasileiros espaço para respirar".

Extraído, com adaptações, de JusBrasil: http://bit.ly/exRbaJ
Matéria na íntegra [inglês] [SCIENCE]: http://bit.ly/eOM3t0

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