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terça-feira, 19 de outubro de 2010

UNE e UBES indicam voto em Dilma Rousseff

DIANTE DO PROCESSO eleitoral em curso no país, a União Nacional dos Estudantes (UNE) convocou sua diretoria plena para reunião realizada em São Paulo no fim de semana dos dias 9 e 10 de outubro. Uma das polêmicas que os estudantes debateram foi o posicionamento da entidade no 2° turno das eleições presidenciais de 2010.

Durante os dois dias de reunião na sede da APEOESP, com a presença de mais de 200 estudantes, fortaleceu-se a opinião para que a UNE declarasse apoio a uma das candidaturas que estão colocadas. No domingo, dia 10, os mais de 80 diretores da entidade com direito a voto referendaram uma decisão. A UNE aprovou um indicativo de voto para a candidata Dilma Rousseff.

Nota UNE - Derrotar o retrocesso neoliberal: Dilma Presidente

A União Nacional dos Estudantes tem historicamente se pautado na defesa dos interesses dos estudantes brasileiros, da Educação Pública e da soberania nacional. O faz compreendendo que a autonomia política é fundamental na luta pela construção de um país justo e soberano. Contudo, nos momentos de acirramento da luta política do Brasil, não nos furtamos de tomar posição e somarmos força ao campo mais progressista das forças políticas no país.

Foi assim na experiência da luta contra o nazi-facismo na década de 40, na campanha do “Petróleo é nosso” que culminou com a criação da segunda maior petrolífera do mundo, a Petrobras, na campanha das “Reformas de Base” na década de 60, na resistência contra a ditadura e na redemocratização do Brasil, no “Fora Collor” e na passeata de 16 de agosto de 2005 que segurou nas ruas a tentativa de golpe.

Esse ano não é diferente. Depois de um primeiro turno onde o debate não se aprofundou de forma necessária nos projetos de nação em disputa, nesse segundo turno temos a chance de fazê-lo e interferir ainda mais no debate. Com o cenário de polarização, e o assanhamento das forças políticas mais conservadoras do país, aliadas à grande mídia, faz-se necessário o nosso posicionamento.

Durante os anos de governo FHC, com Serra no Planejamento, a lógica do desmonte do Estado  e as privatizações imperavam. O desafio vivido cotidianamente pela universidade pública era o de como não desmoronar. Inúmeras IFES não conseguiam custear sequer sua manutenção. A proliferação de faculdades privadas sem qualquer regulamentação que garantisse qualidade e compromisso social por parte destas foi outra marca daquele período. O atual Secretário Estadual de Educação de São Paulo, Paulo Renato, era o Ministro da Educação do Brasil neste período em que a Educação era vista pelo governo federal mais como mercadoria de um lucrativo negócio do que como um direito social estratégico para o desenvolvimento nacional. Essa lógica persiste com Serra no governo de São Paulo.

É esse projeto que devemos derrotar. O compromisso dos estudantes brasileiros é com o aprofundamento da Democracia no nosso país e da defesa do protagonismo do Estado brasileiro, pois somente a partir destes é possível que o povo brasileiro interfira nos rumos das políticas públicas no nosso país. Ainda, reafirmamos o nosso compromisso com o investimento de 10% do PIB na educação, impedindo o retorno de mecanismos de contingenciamento de verbas sejam novamente utilizados como a Desvinculação das Receitas da União. Nossa disposição é fazer com que o próximo período sirva para a construção de importantes Reformas Estruturantes do Brasil, que pavimente um profundo ciclo de desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental, mas que também propicie o desenvolvimento humano da sociedade brasileira.

Assim, no ambiente de polarização que se configura na atual quadra política é fundamental que essa geração tome posição e derrote o setor conservador representado na candidatura de Jose Serra. A Diretoria Plena da União Nacional dos Estudantes reunida na sede do Sindicato dos Professores de São Paulo - APEOESP - e na presença de lideranças estudantis de todo o pais decide indicar o voto a Dilma Rousseff no segundo turno das eleições para a Presidência da Republica Federativa do Brasil.

União Nacional dos Estudantes – UNE
10 de outubro de 2010

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